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  • Família: Myrtaceae

  • Gênero: Eucalyptus

  • Subgênero: Symphyomyrtus

  • Espécie: Eucalyptus paniculata Smith

 

Área de origem e clima

A área de ocorrência natural do Eucalyptus paniculata estende-se dos 23ºS aos 36ºS de latitude, desde o nível do mar até os 600 m de altitude, desenvolvendo-se melhor na costa sul de Queensland e New South Wales, em formações diversas (Figura 1). É uma espécie de clima subtropical quente úmido, ocorrendo em regiões com temperaturas médias do mês mais quente variando de 24 a 31°C, e temperaturas médias do mês mais frio variando de 1 a 8°C (CABI Forest Compendium, 2008). Necessita de 800 a 1200 mm de precipitação anual e adapta-se em países de clima quente e úmido, como no Brasil (Mattei e Longhi, 2001).

 

Descrição botânica

Segundo Lorenzi et al. (2003), o E. paniculata é uma árvore perenifólia, de 25-35 m de altura, com tronco ereto e cilíndrico (Figura 2). 

  • Casca: cinza-escura, grossa, rugosa e profundamente fendida (Figura 3).

  • Folhas: as adultas apresentam cor mais clara na face inferior, lanceoladas ou falcadas, coriáceas, glabras, de 7-15 cm de comprimento, com as nervuras secundárias em ângulo não maior que 45° com a nervura principal. As folhas jovens são pecioladas e ovaladas (Figura 4).

  • Inflorescência: em umbelas axilares ou em panícolas terminais. Os botões florais de menos de 5 mm de diâmetro apresentam opérculo cônico mais curto ou igual ao receptáculo. As flores apresentam estames brancos (Figura 5).

  • Frutos: cápsulas ovóides ou hemisféricas, deiscentes, 5-8 mm de diâmetro, afinando a um pedúnculo curto e com válvulas fechadas ou ligeiramente salientes, de 3-5 mm (Figura 6).

  • Madeira: castanho-clara e vermelho-escura, dura, resistente, durável, pesada, com densidade no intervalo de 650 a 1000 kg/m³ (Lorenzi et al., 2003; Mori et al., 2003; Oliveira et al., 2005). Madeira flexível, porém de difícil manuseio, muito durável em contato com o solo e ar. Apresenta dificuldade para secar e geralmente ocasiona rachaduras durante o processo de secagem. Muito usada em obras de marcenaria (Figura 7).

 

Usos potenciais

De acordo com Lorenzi et al. (2003) e Penfold e Willis (1961), o E. paniculata é indicado para obras de marcenaria, postes, estacas e construção em geral. Pode ser usado também como árvore ornamental e de sombreamento. Suas flores possuem pouco pólen, mas néctar em abundância, usado para a produção de mel de boa qualidade.

 

Silvicultura

De acordo com Mattei e Longhi (2001), o E. paniculata adapta-se a uma grande variedade de solos, desde os mais férteis aos mais pobres, arenosos ou argilosos. Em condições favoráveis, no Brasil, apresenta um crescimento bom, com cerca 40 m³/ha.ano.
Mattei e Longhi (2001) estudaram o potencial da regeneração natural por sementes de E. paniculata no município de Pelotas-RS. Após 6 anos de regeneração, todas as parcelas amostradas (4m²) continham a presença de indivíduos, sendo que 70% dos espaços vazios eram menores do que 1m². Em 55% das parcelas, o diâmetro à altura do peito (DAP) da maior árvore foi superior a 10 cm, indicando potencial produtivo da floresta, desde que manejada com desbastes seletivos.

 

Suscetibilidade a pragas e doenças

Segundo CABI Forest Compendium (2008), o E. paniculata é suscetível à Armillaria mellea, fungo parasita que causa descoloração das folhas, redução no crescimento, desfolha dos galhos e então a morte da planta hospedeira, porém é mais comum na Europa e América do Norte. Também é suscetível ao Phoracantha semipunctata (broca do eucalipto), que causa a morte de galhos e em alguns casos, de toda a copa da árvore, com folhas murchas e amareladas. A casca fica facilmente removível, revelando túneis feitos pelas larvas.

 

Figuras

Figura 1. Área de origem do E. paniculata na Austrália (fonte: Australia's Virtual Herbarium 2015).

 

Figura 3. Casca de E. paniculata. (fonte: Plants of the Northern Beaches of Sydney).

 

Figura 5. Botão e flor de E. paniculata (fonte: Plants of the Northern Beaches of Sydney).

 

Figura 2. Indivíduo adulto de E. paniculata (fonte: National Register of Big Trees: Australia's Champion Trees).

 

Figura 4. Folha de E. paniculata (fonte: Plants of the Northern Beaches of Sydney).

 

Figura 6. Fruto de E. paniculata (fonte: Plants of the Northern Beaches of Sydney).

 

Figura 7. Corte tangencial de tora de E. paniculata.

 

Referências

Australia's Virtual Herbarium 2015. Eucalyptus paniculata. Acesso em: 14/10/2015. Disponível em: link. 

 

CABI [Forest Compendium]. Eucalyptus paniculata. 2008. Acesso em: 14/10/2015. Disponível em: link

 

Lorenzi, H.; Souza, H.M.; Torres, M.A.V.; Bacher, L.B. Árvores exóticas no Brasil: madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa: Inst. Plantarum, 2003. 384 p.

 

Mattei, V.L.; Longhi, S. J. Avaliação da regeneração natural de Eucalyptus paniculata Smith. Ciência Florestal, Santa Maria, v.11, n.1, p. 55-65. 2001.

 

Mori, F.A.; Mendes, L.M.; Trugilho, P.F.; Cardoso, M.G. Utilização de eucaliptos e de madeiras nativas no armazenamento da aguardente de cana-de-açúcar. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 23, n. 3, p. 396-400, 2003.

 

National Register of Big Trees: Australia's Champion Trees. Ironbark - Grey. 2011. Acesso em: 11/11/2015. Disponível em: link.

 

Northern Beaches Herbarium. Eucalyptus paniculata - Grey Ironbark. 2009. Acesso em: 14/10/2015. Disponível em: link.

 

Oliveira, J.T.; Hellmeister, J.C.; Tomazello Filho, M. Variação do teor de umidade e da densidade básica na madeira de sete espécies de eucalipto. Rev. Árvore, Viçosa , v. 29, n. 1, Feb. 2005. 

 

Penfold, A.R.; Willis, J.L. The Eucalypts: Botany, Cultivation, Chemistry, and Utilization. First Edition. London: World Crops Books, 1961. 552 p.
 

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Escrito por:  André Caixeta Consonni (Janeiro/2016).

 

Eucalyptus paniculata

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